Diagnóstico e Tratamento do Câncer de Mama: O Papel do Mastologista

O câncer de mama é uma das neoplasias mais comuns entre as mulheres em todo o mundo, sendo crucial o diagnóstico precoce e o tratamento adequado para aumentar as chances de cura e melhorar a qualidade de vida das pacientes. Neste artigo, abordaremos os principais métodos de diagnóstico, os diferentes tipos de câncer de mama classificados pela imunohistoquímica, as opções de tratamento e a importância do mastologista no acompanhamento multidisciplinar.

 

Diagnóstico do Câncer de Mama

O diagnóstico precoce do câncer de mama é essencial para aumentar as chances de sucesso no tratamento. As principais ferramentas para o diagnóstico incluem a mamografia, ultrassonografia mamária, ressonância magnética, e a biópsia mamária. O mastologista, especialista em doenças da mama, é fundamental na interpretação dos exames, na realização da biópsia e na definição do plano terapêutico.

A biópsia é o procedimento que permite a análise do tecido mamário e a confirmação do diagnóstico de câncer. Após a confirmação, o mastologista solicita exames adicionais, como a imunohistoquímica, para determinar o subtipo do câncer de mama.

 

Tipos de Câncer de Mama de Acordo com a Imunohistoquímica

A imunohistoquímica é um exame que identifica a presença de receptores hormonais e outras proteínas específicas no tecido tumoral, o que é fundamental para a definição do tratamento. Os principais subtipos de câncer de mama incluem:

 

  1. Câncer de Mama Luminal A: Caracterizado por ser positivo para os receptores de estrogênio (RE+) e progesterona (RP+), e negativo para HER2. Geralmente, tem um prognóstico favorável e responde bem à hormonioterapia.
  2. Câncer de Mama Luminal B: Também RE+ e/ou RP+, mas pode ser positivo ou negativo para HER2. Este subtipo tende a ser mais agressivo que o Luminal A e pode necessitar de quimioterapia, além da hormonioterapia.
  3. Câncer de Mama HER2-positivo: Apresenta superexpressão da proteína HER2. É um subtipo mais agressivo, mas que pode responder bem à terapia alvo com medicamentos que bloqueiam a HER2.
  4. Câncer de Mama Triplo Negativo: Negativo para RE, RP, e HER2. Este subtipo é geralmente mais agressivo e não responde à hormonioterapia nem à terapia anti-HER2, sendo a quimioterapia a principal opção de tratamento.

 

Tratamento do câncer de mama

O tratamento do câncer de mama é multimodal e personalizado, dependendo do subtipo tumoral, do estágio da doença, e das características individuais da paciente. As principais modalidades terapêuticas incluem:

 

Quimioterapia Neoadjuvante e Adjuvante: A quimioterapia neoadjuvante é administrada antes da cirurgia para reduzir o tamanho do tumor, enquanto a adjuvante é aplicada após a cirurgia para eliminar células cancerígenas remanescentes.

Cirurgia Conservadora e Mastectomia: A cirurgia conservadora (setorectomia) visa remover o tumor preservando a maior parte da mama. Já a mastectomia envolve a remoção completa da mama, sendo indicada em casos específicos, como tumores grandes ou múltiplos.

Radioterapia: Sempre indicada após a cirurgia conservadora para reduzir o risco de recidiva local. Em casos selecionados, a radioterapia também pode ser indicada após a mastectomia.

Hormonioterapia: Utilizada em casos de câncer de mama positivo para receptores hormonais, a hormonioterapia reduz a chance de recidiva ao bloquear o efeito dos hormônios femininos sobre o tumor.

Imunoterapia: Terapia inovadora que estimula o sistema imunológico a combater o câncer, indicada principalmente em casos de câncer de mama triplo negativo.

 

A Importância do Mastologista e do Acompanhamento Multiprofissional

O mastologista é o especialista que acompanha a paciente em todas as etapas, desde o diagnóstico, passando pelo tratamento, até o seguimento pós-terapêutico. Ele é responsável por coordenar os diferentes aspectos do tratamento, garantindo que todas as terapias sejam realizadas de forma integrada e personalizada.

Além do mastologista, o acompanhamento multiprofissional é fundamental para o sucesso do tratamento do câncer de mama. A equipe pode incluir oncologistas, radioterapeutas, cirurgiões plásticos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, e psicólogos, todos trabalhando juntos para oferecer um cuidado integral à paciente.

 

Conclusão

O diagnóstico e tratamento do câncer de mama requerem uma abordagem multidisciplinar, onde o mastologista desempenha um papel central. Desde a detecção precoce até o acompanhamento pós-tratamento, a paciente precisa de uma equipe especializada e integrada para garantir os melhores resultados e a melhor qualidade de vida possível.

 

Dra. Cintia Pinheiro
Ginecologia, Mastologia
CRM-AM 5938. RQE 3268/3261

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